sexta-feira, 19 de junho de 2009

Quem conhece Daniel Munduruku?


Daniel Munduruku é graduado em Filosofia,tem licenciatura em História e Psicologia e é doutorando em Educação na Universidade de São Paulo.
É autor conhecido nacional e internacionalmente.
Vários de seus livros receberam prêmios no Brasil e no exterior.
Comendador da Ordem do Mérito Cultural da Presidência da República.
Diretor-presidente do Instituto Indígena Brasileiro para Propriedade Intelectual - INBRAPI.Pesquisador do CNPq.
Em uma de suas entrevistas relata sobre sua escolha pela literatura:

”O movimentos do saber indígena se fazem presentes também na literatura. E não começou comigo. E não irá parar em mim.
Se por muitos anos, o indígena era apenas personagem dos contos, histórias e ficções do não-indígena, de um tempo para cá, ele passou a ser protagonista da história, da sua própria história. Ele começou a criar e a oferecer para os pariwat seu próprio ponto de vista sobre a realidade que vive. Ele passou a descrever o Brasil sob sua ótica.
É claro que para isso teve que aprender os mecanismos utilizados pela sociedade envolvente, teve que usar a tecnologia a seu serviço, teve que, em alguns casos, cursar uma Universidade, participar de cursos, aprender a língua portuguesa e, sobretudo, aprender a escrever sua tradição oral na forma escrita, para que pudesse se fazer compreender por todos os cidadãos. Este processo não foi tranqüilo.
Pelo contrário, em muitas ocasiões este autor deparou com a dúvida, com o medo, com a indecisão e com o receio de estar congelando a Tradição, paralisando a dinâmica da oralidade. E por mais que tentasse justificar, sempre deparava com a angústia e com a dificuldade de compreender um processo irreversível. Muitas das dúvidas eram levantadas por pessoas de grande conhecimento no pensamento quadrado ocidental.
Estamos no bom caminho? Não seria a literatura um meio de destruir a cultura? Não estaríamos antecipando a destruição de nossa gente? Com todas estas questões em mente, voltei ao lugar onde me aceitei índio.
Voltei à fonte. Fui ouvir o rio. Sentei-me no lugar onde um dia, meu avô colocou-me para aprender a escutar. Lá, sozinho, fiz as mesmas perguntas ao velho avô e ouvi a mesma resposta de trinta anos atrás: se o rio parasse diante dos obstáculos, ele nunca contemplaria a beleza do mar.
Para mim, isso foi o bastante para convencer-me que a literatura era um caminho novo a ser construído e que por ela poderia passar o movimento do saber literário, um braço novo do saber em movimento.
Desse dia em diante, nunca mais duvidei e descobri que estava abrindo uma picada na floresta da cidade para que outros parentes passassem, sempre seguindo as palavras da sabedoria da nossa gente que diz que o caminho mais seguro é aquele que já foi pisado muitas vezes... Mas é importante que se diga: alguém tem que começá-lo”.
Alguns de seus livros são bem interessantes e revelam a beleza e a realidade de seu povo.
Deixo aqui algumas de suas obras infantis:
Um dos meus preferidos, pois não consigo ficar calada é esse primeiro da lista, rssss:
*Parece que foi ontem
*O Sumiço da noite
*O Segredo da chuva
*O Olho bom do menino
*Meu vô Apolinário – considerado por ele o livro que escreveu de forma mais apaixonante
*Kabá Darebü
*Histórias que eu vivi e gosto de contar
*O diário de Kaxi – Um curumim descobrindo o Brasil
*Caçadores de aventuras
*A primeira estrela que vejo é a estrela de meu coração
Bom a dica esta dada, ainda tem mais livros a serem pesquisados, falta agora por a mão na massa ir á luta e ler, conhecer um pouco desse maravilhoso autor e narrador.
Beijos encantados
Juliana Akaishi

Um comentário:

  1. Tenho contado histórias desse autor para minha sala e percebo que as crianças se identificam bastante. A penúltima foi " O Diário de Kaxi" na semana dos índios e agora " Medo do que não se vê" que está no livro: "Histórias de Medo" da editora Cia das Letrinhas.

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Um pouco dessa maravilha...

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A função do contador, assim como pais e professores, é explorar a função educacional do texto literário: ficção e poesia por meio da seleção e análise de livros infantis; do desenvolvimento do lúdico e do domínio da linguagem Estratégias para o uso de textos infantis no aprendizado da leitura, interpretação e produção de textos também são exploradas com o intuito final de promover um ensino de qualidade, prazeroso e direcionado à criança.